quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Encilhamento

Aumento do trabalhador assalariado, grande numero de imigrantes estrangeiros e fim da escravidão, eis o contexto do Brasil pós proclamação da República. Porém, há uma crise econômica grave, que ocorre entre 1890 e 1891, devido á abolição da escravatura onde os fazendeiros não seriam ressarcidos pelo dinheiro gasto durante todo o tempo em que tinham escravos e agora teriam que ter dinheiro para pagar empregados, assim, acabam por pressionar o governo para adquirir empréstimos mais facilmente. Enfim, inicia-se então a emissão de papel-moeda, repassado aos fazendeiros pelos bancos privados. Essa política não foi suficiente. Essa politica econômica ficou conhecida como Encilhamento, que era uma política heterodoxa que vigorou de 1860 a 1898. Este termo é uma analogia, pois encilhar no hipismo, é preparar para entrar com o cavalo na pista e para designar o clima de confusão e desordem que reinava nos jóqueis. Enfim, para nós, este termo veio para dar sentido ao preparo do Brasil para um nova fase: a industrialização, e para designar a jogatina com os títulos da bolsa de valores.

Para o autor Schulz, o objetivo era promover a industrialização brasileira e estimular a atividade econômica do país. Para Rui, o encilhamento levaria o país ao crescimento industrial, graças ao crédito fácil, e ainda representaria uma forma do Brasil acabar com o vício econômico gerados pela escravidão. O efeito imediato dessa politica econômica foi a desvalorização da moeda que resultaria um surto inflacionário, causado pela introdução excessiva de dinheiro na economia; fechamento de muitas empresas e à falência de tantos outros investidores, devido a intensa especulação e surgimento de empresas fictícias; desemprego e recessão. Mas, há também alguns pontos positivos, como o crescimento da indústria brasileira, através do crédito fácil, e a lavoura também foi beneficiada, pois todos que exportavam ganhavam mais.

Segundo Schulz, embora três ministros, que são as pessoas envolvidas na promoção desta politica, tenham sido responsáveis pelo comando da economia no período, que são o visconde de Ouro Preto (fez conversibilidade das notas e financiou os empréstimos agrícolas usando-se da venda de bônus), Rui Barbosa (experimentou brevemente as notas com lastro em bônus e permitiu que os bancos emitissem dinheiro) e barão de Lucena (continua a expandir notas sem lastro mas é derrubado do poder), a culpa pela crise normalmente é atribuída à gestão de Rui, por ele querer que o decreto de 17 de janeiro fosse permanente e pela sua política monetária expansionista durante uma alta mais do que numa crise. Em outras palavras, ele é comumente apontado como responsável pelos desequilíbrio financeiro do período. Ainda segundo o autor, os três governos erraram quanto a não controlar o cambio e não supervisionar a Bolsa de Valores. O fracasso poderia ter sido evitado se tivessem sido mais responsáveis. A politica econômica só se normalizaria no governo de Campos Sales, que implementa uma política de saneamento da moeda como reação anti-inflacionária.

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